quinta-feira, 23 de julho de 2009
CAPULANAS EM CARTAZ EM AGOSTO
Sinopse
" Solano Trindade e suas Negras Poesias" retrata a força da mulher negra através das poesias de Solano trindade, Elizandra Souza e Capulanas.
O espetáculo busca a ancestralidade das manifestações populares de matrizes afro brasileiras e por meio do elemento MC dialoga com a cultura Hip Hop.
As interpretes criadoras contribuem ainda com suas vivências narrativas traduzindo-as de forma poética.
FESTIVAL SOLANO TRINDADE 101 ANOS-25 DE JULHO
FESTIVAL SOLANO TRINDADE-101 ANOS
"Festival Solano Trindade" – (101 anos)
Será realizada dia 25 de julho de 2009. Início as 10 horas do dia 25, finalizando as 06h horas da manhã do dia 26.
Espetáculos:
Grupo de Capoeira Angola Irmãos Guerreiros- Mestre Marrom
Mulungu
Dessa Souza e Negro Lima
Airá Otá
Cooperifa
Periafricania
Tabajara Assunção
Teatro Popular Solano Trindade
Alan da Rosa
Preto Soul
Lona Preta
Revista do Samba
Dj Marcelo Kurts
Cantando Solano Trindade
Zinho Trindade e convidados
Grupo de Dança Arco Iris
Mc Gaspar e convidados
Umoja
Oficinas:
Das 10h as 15H
Barbara Kilombo e Alabê (Bicudo)William - Ritmos e danças dos Orixás
Rafael Fazzion – Darbuka e Djembé (Música Africana)
Carlos Caçapava e Vitor da Trindade - Percussão Afro Contemporânea
Marquinhos e Eustáquio(Resistência) – Capoeira Angola
Saloma Salomão – Cultura da diáspora
Literatura
Solano Trindade, Alan da Rosa, Maria Tereza e outros
Exposições
Raquel Trindade e convidados – Artes plásticas e Artesanato
Oguntolá – Roupas e artesanatos africanos
Carlos Caçapava – Instrumentos da diáspora africana
Avenida São Paulo 100 – centro – Embu das Artes
Como chegar:ônibus-Pegar na rua Cardeal Arco verde ou Francisco Morato o Bus Embu Eng Velho,descer próximo da prefeitura.Do Metro Campo limpo sai o Embu Centro ultimo até as 0H.Do largo da batata apartir das 0:30H sai um Bus chamado Itapecerica PQ Paraiso que entra dentro do Embu,descer na praça .
Carro-Pegar a BR116 ou o Rodoanel e entrar na Cidade de Embu Das Artes ,seguir até o Centro.
Pontos de referência,Quadra de futebol Embuense ,Casa de Show Salgueiro e Prefeitura.
III forum nacional de performance negra
III forum nacional de performance negra
Capulanas no terceiro Fórum
As reflexões e propostas para a valorização da dança e teatro negro tem cenário e palco próprios: o 3º Fórum Nacional de Performance Negra que acontecerá em Salvador/BA desta segunda-feira (6) até quinta-feira (9), no Teatro Vila Velha. O evento deverá reunir cerca de 200 pessoas entre representantes de Grupos e Companhias negras, pesquisadores e artistas de todas as regiões do Brasil em torno de objetivos alicerçados em uma prática artísticocultural que, nos seus modos de criação e de reflexão, reafirmem a dimensão dinâmica das matrizes afrobrasileiras.
Nesta terceira edição o evento homenageará as atrizes Léa Garcia e Ruth de Souza, o ator Zózimo Bubul e o poeta Solano Trindade . O 3º Fórum Nacional de Performance Negra é uma realização conjunta da Cia. dos Comuns (RJ) e do Bando de Teatro Olodum (BA).Além de Raquel Trindade representando o pai.
A abertura do evento deverá contar com as presenças dos ministros da Cultura, Juca Ferreira e do Secretário da Promoção da Igualdade (SEPPIR) Edson Santos; dos presidentes da Fundação Palmares, Zulu Araújo, e da Funarte, Sérgio Mamberte, além dos secretários da Identidade e da Diversidade, Américo Córdula, da Cultura do Estado da Bahia, Márcio Meirelles e da secretária da Igualdade da Bahia, Luiza Bairros.
O evento já se firmou como um referencial do teatro e danças negras do Brasil, com intenção de promover a criação de políticas públicas específicas para esse segmento e, neste ano, foram programadas palestras com Sueli Carneiro (Brasil), Julio Moracen (Cuba), Paulo Lins (Brasil), e Cleyde Morgan (EUA); oficinas de teatro como o dramaturgo e ator Ângelo Flávio; com o diretor teatral e jornalista Luiz Marfuz; de música, com o cantor e compositor Jarbas Bittencourt; e com o músico, ator e diretor artístico Gil Amâncio.
As oficinas de dança ficarão com o bailarino e coreógrafo Zebrinha, com o professor e bailarino Clyde Margon; sobre figurino com Biza Viana; iluminação, com Jorginho de Carvalho (precussor da iluminação teatral no país); sonorização, Filipe Pires; e programação visual, com o artista plástico Gá. Também foram programas atividades em Grupos de Trabalho que contribuirão para o intercâmbio dos/as representantes regionais.
Ainda estão previstas no Fórum apresentações e performances de teatro e dança e manifestações populares de matriz africana. Entre as apresentações estão: Shire Oba, com direção de Fernanda Júlia, encenada pelo Grupo de Teatro Nata, que por meio de um discurso poético, festeja a magia e os encantos da tradição afrobaiana, presente no culto aos Orixás; a peça Silêncio, dirigida por Hilton Cobra e encenada pela Cia dos Comuns que questiona a plateia sobre o que passa pela mente de uma pessoa que durante toda sua existência sente que a qualquer momento poderá ser vítima do racismo. Silêncio é o quarto espetáculo do repertório da Cia dos Comuns, responsável pela encenação de Candaces - A reconstrução do fogo (2003) que recebeu o Prêmio Shell de Teatro - categoria música, sendo este espetáculo considerado um dos 10 melhores do ano pela crítica teatral.
Receita é o terceiro espetáculo a ser apresentado durante o III Fórum Nacional de Performance Negra. Receita é um solo com o bailarino Rui Moreira da Cia Será Quê? - com coreografia de Henrique Rodovalho e é um encontro com a subjetividade do olhar e do movimento.
Fonte:
Jornal Feira Hoje.com.br, Cultura, 06/07/2009 (11h41)
O Forum foi um grande aprendizado para a nossa CIA,valeu conhecer,valeu observar,valeu a experiência!!!Muito Obrigado a todos do Forum.
Zinho trindade.
O encontro de idéias
O encontro de idéias
O encontro com Luis Bandeira
Para Capulanas foi um privilégio poder ter tido uma conversa com o Diretor Teatral e dramaturgo Luis Bandeira, responsável pela direção do Gente de Teatro da Bahia, o encontro desenvolve-se em torno de temas como arte negra, teatro marginal, e resistência, Bandeira nos deu um retorno da apresentação do espetáculo “Solano Trindade e Suas Negras Poesias” tais considerações proporcionaram novos questionamentos a respeito do trabalho, e mudanças consideráveis.
O trabalho do Gente de Teatro da Bahia em muito dialoga com o nosso, sobre tudo na realização de uma arte engajada, da qual o negro se reconhece enquanto ser historio e social, sua ancestralidade é posta de maneira há reconhecer a formação da identidade brasileira. Embora o contexto racial e social na da Bahia tenha particularidades outras a São Paulo podemos reconhecer um cenário comum ao nosso, e necessidades tal qual.
A exposição das idéias de Bandeira como os processos dos grupos populares e grupos de rua, as formas de incentivos e espaços conquistados em Salvador, nos deram um panorama de quanto o movimento teatral que presa pelas questões raciais como forma legitima de arte, precisam se unir, promoverem de fato esse intercambio, enquanto movimento frente a opressão.
Foi uma noite agradabilíssima, eufórica em poder discutir com um dos maiores representantes do teatro, e que contribuiu para a compreensão de que o amadurecimento desta forma de arte é um processo de resistência há muito iniciado, por aqueles que como Capulanas necessitam de seu espaço. A troca de conteúdo foi ainda alem, uma vez que como próximo trabalho deles o foco será Solano, podemos também ter seu retorno com um olhar critico à nossa leitura.
Texto Adriana Paixão
Contrapartida MINC
“Trepar pra mim é político”
Luis Bandeira
O que a arte negra representa politicamente?
Iniciando esse questionamento faremos um panorama geral da representatividade do Capulanas Cia de Arte Negra (São Paulo) relacionando ao Gente de Teatro da Bahia (Salvador), refletindo frente a vida e obra do ativista pan africanista Leopold Sedar Senghor.
Senghor foi um poeta, ativista negro e posteriormente o primeiro presidente após a independência do Senegal. Não foi ele o primeiro poeta a apresentar a palavra negritude em suas poesias, mas foi quem a definiu como o “conjunto de valores culturais e espirituais africanos”, esses valores que independem de nacionalidade, ou território estando presentes ,tão quanto, nas diásporas africanas. Assim, somos corpos negros resistindo contra a opressão em qualquer parte do mundo.
Senghor assume a presidência em 1960 e em 1966 é realizado o I FESMAN (Festival Mundial de Arte Negra), onde ouve o encontro de artistas negros das diversas artes, de toda parte do mundo e o dialogo se estabelece através da “negritude”. Essas artes são apresentadas utilizando em maioria a oralidade e o corpo como comunicação, possibilitando a visualização de diversas obras que nunca tinham sido lidas. Para uma população que acaba de conquistar a independência, que tem 80% de analfabetos, que discute questões revolucionárias, isso é uma arte política, pois possibilita a reflexão sobre sua história.
De acordo com esses apontamentos o Gente de Teatro da Bahia, é um grupo de teatro de rua, exerce o mesmo papel político que Senghor e outros poetas pan africanistas nesse momento de independência africano exerceram, já que a população de moradores de rua de Salvador é negra e sem acesso aos grandes teatros da cidade. Se as discussões do espetáculo são direcionadas para a população negra temos que ir onde nossos irmãos estão, assim estamos praticando, em suma, o conceito pan africanista de praticar a irmandade e através dela potencializar nossas vozes.
Sendo o posicionamento do Diretor do Grupo Gente de Teatro da Bahia, Luis Bandeira, com a frase “Trepar pra mim é político”, observamos que a vida e obra de um artista negro não estão dissociadas, já que somos esses seres históricos transformando a cada resistência nossa historicidade social e cultural.
A grandiosidade desse encontro para Capulanas Cia de Arte Negra, foi constatada através desses ínfimos apontamentos de elos revolucionários, já que nosso público alvo está nas comunidades, na Fundação CASA, e em diversos lugares de exclusão, onde ainda hoje nossos irmãos são maioria. Discutimos em nosso espetáculo o ser Negro e evidenciamos dentro desse universo a mulher negra, apresentando de forma muito intima nossos questionamentos e posições, logo, através de nossa arte pleiteamos o espaço de uma outra referência na vida dessas pessoas.
A Política é norteadora da Arte Negra, já que sua discussão está baseada no conceito de Negritude.
Texto Priscila Preta
Contrapartida MINC
O encontro com Luis Bandeira
Para Capulanas foi um privilégio poder ter tido uma conversa com o Diretor Teatral e dramaturgo Luis Bandeira, responsável pela direção do Gente de Teatro da Bahia, o encontro desenvolve-se em torno de temas como arte negra, teatro marginal, e resistência, Bandeira nos deu um retorno da apresentação do espetáculo “Solano Trindade e Suas Negras Poesias” tais considerações proporcionaram novos questionamentos a respeito do trabalho, e mudanças consideráveis.
O trabalho do Gente de Teatro da Bahia em muito dialoga com o nosso, sobre tudo na realização de uma arte engajada, da qual o negro se reconhece enquanto ser historio e social, sua ancestralidade é posta de maneira há reconhecer a formação da identidade brasileira. Embora o contexto racial e social na da Bahia tenha particularidades outras a São Paulo podemos reconhecer um cenário comum ao nosso, e necessidades tal qual.
A exposição das idéias de Bandeira como os processos dos grupos populares e grupos de rua, as formas de incentivos e espaços conquistados em Salvador, nos deram um panorama de quanto o movimento teatral que presa pelas questões raciais como forma legitima de arte, precisam se unir, promoverem de fato esse intercambio, enquanto movimento frente a opressão.
Foi uma noite agradabilíssima, eufórica em poder discutir com um dos maiores representantes do teatro, e que contribuiu para a compreensão de que o amadurecimento desta forma de arte é um processo de resistência há muito iniciado, por aqueles que como Capulanas necessitam de seu espaço. A troca de conteúdo foi ainda alem, uma vez que como próximo trabalho deles o foco será Solano, podemos também ter seu retorno com um olhar critico à nossa leitura.
Texto Adriana Paixão
Contrapartida MINC
“Trepar pra mim é político”
Luis Bandeira
O que a arte negra representa politicamente?
Iniciando esse questionamento faremos um panorama geral da representatividade do Capulanas Cia de Arte Negra (São Paulo) relacionando ao Gente de Teatro da Bahia (Salvador), refletindo frente a vida e obra do ativista pan africanista Leopold Sedar Senghor.
Senghor foi um poeta, ativista negro e posteriormente o primeiro presidente após a independência do Senegal. Não foi ele o primeiro poeta a apresentar a palavra negritude em suas poesias, mas foi quem a definiu como o “conjunto de valores culturais e espirituais africanos”, esses valores que independem de nacionalidade, ou território estando presentes ,tão quanto, nas diásporas africanas. Assim, somos corpos negros resistindo contra a opressão em qualquer parte do mundo.
Senghor assume a presidência em 1960 e em 1966 é realizado o I FESMAN (Festival Mundial de Arte Negra), onde ouve o encontro de artistas negros das diversas artes, de toda parte do mundo e o dialogo se estabelece através da “negritude”. Essas artes são apresentadas utilizando em maioria a oralidade e o corpo como comunicação, possibilitando a visualização de diversas obras que nunca tinham sido lidas. Para uma população que acaba de conquistar a independência, que tem 80% de analfabetos, que discute questões revolucionárias, isso é uma arte política, pois possibilita a reflexão sobre sua história.
De acordo com esses apontamentos o Gente de Teatro da Bahia, é um grupo de teatro de rua, exerce o mesmo papel político que Senghor e outros poetas pan africanistas nesse momento de independência africano exerceram, já que a população de moradores de rua de Salvador é negra e sem acesso aos grandes teatros da cidade. Se as discussões do espetáculo são direcionadas para a população negra temos que ir onde nossos irmãos estão, assim estamos praticando, em suma, o conceito pan africanista de praticar a irmandade e através dela potencializar nossas vozes.
Sendo o posicionamento do Diretor do Grupo Gente de Teatro da Bahia, Luis Bandeira, com a frase “Trepar pra mim é político”, observamos que a vida e obra de um artista negro não estão dissociadas, já que somos esses seres históricos transformando a cada resistência nossa historicidade social e cultural.
A grandiosidade desse encontro para Capulanas Cia de Arte Negra, foi constatada através desses ínfimos apontamentos de elos revolucionários, já que nosso público alvo está nas comunidades, na Fundação CASA, e em diversos lugares de exclusão, onde ainda hoje nossos irmãos são maioria. Discutimos em nosso espetáculo o ser Negro e evidenciamos dentro desse universo a mulher negra, apresentando de forma muito intima nossos questionamentos e posições, logo, através de nossa arte pleiteamos o espaço de uma outra referência na vida dessas pessoas.
A Política é norteadora da Arte Negra, já que sua discussão está baseada no conceito de Negritude.
Texto Priscila Preta
Contrapartida MINC
INFLUÊNCIA DA MÚSICA AFRICANA NO MUNDO
INFLUÊNCIA DA MÚSICA AFRICANA NO MUNDO
A diáspora africana foi um grande ganho para a música, que absorveu muito dessa cultura milenar.
Samba, coco, afrobeat, maracatu, jazz, maxixe, blues, rock, jongo, songo, congo de ouro, funk, pagode, choro, baião, reggae, rap, salsa, rumba, guaganco, candombe, techno, cururu, house são poucos dos muitos ritmos, ou, estilos musicais para as tribos cosmopolitas, que descendem da África. Trazem a alma, a sabedoria, criatividade, a inteligência, a sensualidade, a fé, a energia e muitos outros atributos, para influenciar novas criações, variações e inspirações que resultam neste mar de informação musical que vivenciamos. É comum encontrar escalas, instrumentos, harmonias, provenientes da África antiga mesmo nas orquestras sinfônicas. Ou, disfarçados em seu lirismo, os ritmos dos Orixás, suavemente transfigurados em ritmos que embalam as noites, bares, restaurantes, convenções, festas do mundo.
Por não ter registros de forma escrita, grande parte da musica africana só foi preservada graças às famílias, tribos, insurgências, historias, revoltas, guerras, lendas que são preservadas pela cultural oral. Transmitidas por Griôs que herdam as historias de seus ancestrais, pois as aprendem ao longo de sua vida desde a infância.
A influencia da musica africana é tão vasta e variada, que não é possível desenvolver uma pesquisa que seja totalitária ou abrangente ao pan-africanismo. Afinal, é muito difícil saber com exatidão qual a origem de cada feição, sotaque e movimento, não apenas sonoro, como também de cada ser e toda essa cultura já miscigenada. Mas, podemos discorrer um pouco sobre alguns temas.
Um caso que explica bem as famílias de músicos que preservam sua historia, é o dos Djidius, portadores do conhecimento das infindáveis melodias contidas nas cordas reverberando em uma pele animal fina, presas a uma cabaça por um pedaço de madeira. O som deste instrumento é como uma harpa tocada na água, a chamada Kora. Encontrada no Mali e Senegal é mais um instrumento Mandingue. Os Didjus hoje são mais vulneráveis ao o ocidente e por isso permitem que sejam repassadas as técnicas da Kora, mas apenas um estudo de vivencia desde a infância é que permite o pleno domínio. Representantes e conhecedores do instrumento dizem que também é tradicional ou mesmo original de Guiné Bissau. São popularmente encontrados em grupos de Hip Hop e bandas em toda a região de Burkina Faso. A cantora islandesa Bjork gravou o instrumento em um de seus álbuns.. Mesmo assim poucos fãs têm idéia da riqueza e da ancestralidade do mesmo.
TUMKITIKITAKITA TUDUM TUDUM TUM, É O MARACA.......?? Ouço o som de alfaias, gonguês e a caixa de guerra. Guitarras elétricas? Maracatu, coroação dos negros Bantu em cortejo, hoje tocado por alfaias que chegaram com os Malês e também misturado as influencias européias e ameríndias. Deparado ao pop rock, PROTESTO! E temos o Manguebeat, que mistura Coco repente com Hip Hop ao som dos mundialmente famosos, Mundo Livre S/A, Nação Zumbi entre outros. Movimento que surgiu nos anos 90 que foi mais uma revelação de uma década que antecedeu este novo século.
Puíta, tambor de onça, cuíca. Corpo cilíndrico que tem uma pele de animal esticada em uma de suas extremidades, e um cambito amarrado a pele na parte interna do cilindro. Famosa, no samba carioca, no samba paulista, no Bumba Meu Boi de Recife e do Maranhão e suas variáveis. Puíta é o primo, grande, esculpido em um tronco, pesado, nome usado em Angola com origem exata desconhecida, provavelmente Bantu. Toca se friccionando um pano úmido ao cambito e o som assemelha ao som de bois ou onças. Mas a cuíca, hoje bem mais desenvolvida, é genialmente capaz de tocar complexas melodias se executada com maestria. Tocar ou dançar ritmos como esses eram manifestações ilegais. Compositores e artistas em sua época tomados por vadios, são minas de ouro para artistas e gravadoras. Hoje já sampleados ou tocados ao vivo. Mais uma vez a cultura africana resiste.
Balafon, avô das marimbas, xilofones e vibrafones, também Mandingue. A melodia e harmonia das rodas de dança, acompanhado de dununs, kinkenis, sanguibans, seus kekens e djembes além de vozes com timbres extremamente agudos, com cantos de singular beleza e complexidade. Trata se de um instrumento feito com teclas de madeira e caixas acústicas feitas de cabaças onde tudo é montado com amarrações. Uma orquestra acompanhada de grande balé. Milenar. Viva a Guiné Bissau, Viva a Costa do Marfim.
O Samba Duro baiano, ou Samba de Roda do recôncavo, originou Axé music. O ritmo vem da Kabula do candomblé de Angola. No movimento, a natural sensualidade do africano. Mas é comum ouvirmos que a musica é ruim ou pornográfica, ainda vivemos segundo os costumes eurocristãos. E o Merengue baiano (axé music, termo totalmente profano as religiões africanas) também é vitima desse processo que discrimina o negro, suas artes, seus costumes e sua beleza. Como o Jazz, o Samba a Capoeira e qualquer outra manifestação do negro que ainda não seja lucrativa ou usurpada pela sociedade regida por maneiras branco euro cristãs. É por exemplo muito curioso Elvis Presley ter sido o rei do rock. Ou o funk carioca, que era manifesto e as musicas que pendiam ao conteúdo sexual eram codificadas, mas após a exposição da mídia com os Bondes, banalizou GERAL.
Sem falar na América Central, paises isolados como Cuba, Costa Rica, Haiti os paises africanos destruídos, aparthaid. Ou os paises da América do Sul que conseguiram dizimar seu povo negro. Cajons no Peru, caixa de madeira. Candombe na Colômbia, ritmo parecidíssimo com os ritmos de Cuba. The Still Drum, tambor de aço das Guianas, incrível, feito com os fundos de lata de petróleo. Sem comentar as kalimbas, os ilus, os batás, rums, rumpis, lês, abês, xequerês, pacobatás, urucungos, pai do berimbau, quijengues, tumbadoras, e aí vai.
São muitos os movimentos relacionados à cultura afro descendente. O afrobeat, que veio a tona com o musico Fela Kuti, inspirou eletro sambas, techsambas, o próprio manguebeat. Reggae estourou nas paradas com Bob Marley, funk soul com James Brown, o rock com Litlle Richards. Spirituals. Jongo. Sempre em protesto, sempre deturpado, seguindo a tradição de realidade do negro, a margem, excluído, guerreiro, persistente, inexplicável. Não é possível hoje ter registro de toda a historia do povo africano. Uma cultura oral milenar, o primeiro homem a fundir o ferro, suas línguas dialetos, artes, cores, construções, engenharia, arquitetura, respeito, educação e a belíssima musica.
Texto de Manoel Trindade
Contrapartida MINC
A diáspora africana foi um grande ganho para a música, que absorveu muito dessa cultura milenar.
Samba, coco, afrobeat, maracatu, jazz, maxixe, blues, rock, jongo, songo, congo de ouro, funk, pagode, choro, baião, reggae, rap, salsa, rumba, guaganco, candombe, techno, cururu, house são poucos dos muitos ritmos, ou, estilos musicais para as tribos cosmopolitas, que descendem da África. Trazem a alma, a sabedoria, criatividade, a inteligência, a sensualidade, a fé, a energia e muitos outros atributos, para influenciar novas criações, variações e inspirações que resultam neste mar de informação musical que vivenciamos. É comum encontrar escalas, instrumentos, harmonias, provenientes da África antiga mesmo nas orquestras sinfônicas. Ou, disfarçados em seu lirismo, os ritmos dos Orixás, suavemente transfigurados em ritmos que embalam as noites, bares, restaurantes, convenções, festas do mundo.
Por não ter registros de forma escrita, grande parte da musica africana só foi preservada graças às famílias, tribos, insurgências, historias, revoltas, guerras, lendas que são preservadas pela cultural oral. Transmitidas por Griôs que herdam as historias de seus ancestrais, pois as aprendem ao longo de sua vida desde a infância.
A influencia da musica africana é tão vasta e variada, que não é possível desenvolver uma pesquisa que seja totalitária ou abrangente ao pan-africanismo. Afinal, é muito difícil saber com exatidão qual a origem de cada feição, sotaque e movimento, não apenas sonoro, como também de cada ser e toda essa cultura já miscigenada. Mas, podemos discorrer um pouco sobre alguns temas.
Um caso que explica bem as famílias de músicos que preservam sua historia, é o dos Djidius, portadores do conhecimento das infindáveis melodias contidas nas cordas reverberando em uma pele animal fina, presas a uma cabaça por um pedaço de madeira. O som deste instrumento é como uma harpa tocada na água, a chamada Kora. Encontrada no Mali e Senegal é mais um instrumento Mandingue. Os Didjus hoje são mais vulneráveis ao o ocidente e por isso permitem que sejam repassadas as técnicas da Kora, mas apenas um estudo de vivencia desde a infância é que permite o pleno domínio. Representantes e conhecedores do instrumento dizem que também é tradicional ou mesmo original de Guiné Bissau. São popularmente encontrados em grupos de Hip Hop e bandas em toda a região de Burkina Faso. A cantora islandesa Bjork gravou o instrumento em um de seus álbuns.. Mesmo assim poucos fãs têm idéia da riqueza e da ancestralidade do mesmo.
TUMKITIKITAKITA TUDUM TUDUM TUM, É O MARACA.......?? Ouço o som de alfaias, gonguês e a caixa de guerra. Guitarras elétricas? Maracatu, coroação dos negros Bantu em cortejo, hoje tocado por alfaias que chegaram com os Malês e também misturado as influencias européias e ameríndias. Deparado ao pop rock, PROTESTO! E temos o Manguebeat, que mistura Coco repente com Hip Hop ao som dos mundialmente famosos, Mundo Livre S/A, Nação Zumbi entre outros. Movimento que surgiu nos anos 90 que foi mais uma revelação de uma década que antecedeu este novo século.
Puíta, tambor de onça, cuíca. Corpo cilíndrico que tem uma pele de animal esticada em uma de suas extremidades, e um cambito amarrado a pele na parte interna do cilindro. Famosa, no samba carioca, no samba paulista, no Bumba Meu Boi de Recife e do Maranhão e suas variáveis. Puíta é o primo, grande, esculpido em um tronco, pesado, nome usado em Angola com origem exata desconhecida, provavelmente Bantu. Toca se friccionando um pano úmido ao cambito e o som assemelha ao som de bois ou onças. Mas a cuíca, hoje bem mais desenvolvida, é genialmente capaz de tocar complexas melodias se executada com maestria. Tocar ou dançar ritmos como esses eram manifestações ilegais. Compositores e artistas em sua época tomados por vadios, são minas de ouro para artistas e gravadoras. Hoje já sampleados ou tocados ao vivo. Mais uma vez a cultura africana resiste.
Balafon, avô das marimbas, xilofones e vibrafones, também Mandingue. A melodia e harmonia das rodas de dança, acompanhado de dununs, kinkenis, sanguibans, seus kekens e djembes além de vozes com timbres extremamente agudos, com cantos de singular beleza e complexidade. Trata se de um instrumento feito com teclas de madeira e caixas acústicas feitas de cabaças onde tudo é montado com amarrações. Uma orquestra acompanhada de grande balé. Milenar. Viva a Guiné Bissau, Viva a Costa do Marfim.
O Samba Duro baiano, ou Samba de Roda do recôncavo, originou Axé music. O ritmo vem da Kabula do candomblé de Angola. No movimento, a natural sensualidade do africano. Mas é comum ouvirmos que a musica é ruim ou pornográfica, ainda vivemos segundo os costumes eurocristãos. E o Merengue baiano (axé music, termo totalmente profano as religiões africanas) também é vitima desse processo que discrimina o negro, suas artes, seus costumes e sua beleza. Como o Jazz, o Samba a Capoeira e qualquer outra manifestação do negro que ainda não seja lucrativa ou usurpada pela sociedade regida por maneiras branco euro cristãs. É por exemplo muito curioso Elvis Presley ter sido o rei do rock. Ou o funk carioca, que era manifesto e as musicas que pendiam ao conteúdo sexual eram codificadas, mas após a exposição da mídia com os Bondes, banalizou GERAL.
Sem falar na América Central, paises isolados como Cuba, Costa Rica, Haiti os paises africanos destruídos, aparthaid. Ou os paises da América do Sul que conseguiram dizimar seu povo negro. Cajons no Peru, caixa de madeira. Candombe na Colômbia, ritmo parecidíssimo com os ritmos de Cuba. The Still Drum, tambor de aço das Guianas, incrível, feito com os fundos de lata de petróleo. Sem comentar as kalimbas, os ilus, os batás, rums, rumpis, lês, abês, xequerês, pacobatás, urucungos, pai do berimbau, quijengues, tumbadoras, e aí vai.
São muitos os movimentos relacionados à cultura afro descendente. O afrobeat, que veio a tona com o musico Fela Kuti, inspirou eletro sambas, techsambas, o próprio manguebeat. Reggae estourou nas paradas com Bob Marley, funk soul com James Brown, o rock com Litlle Richards. Spirituals. Jongo. Sempre em protesto, sempre deturpado, seguindo a tradição de realidade do negro, a margem, excluído, guerreiro, persistente, inexplicável. Não é possível hoje ter registro de toda a historia do povo africano. Uma cultura oral milenar, o primeiro homem a fundir o ferro, suas línguas dialetos, artes, cores, construções, engenharia, arquitetura, respeito, educação e a belíssima musica.
Texto de Manoel Trindade
Contrapartida MINC
Samba de roda -Salvador
Nesta viagem o samba de roda nos chamou por duas vezes. A primeira foi quando voltávamos de uma apresentação no Teatro Gamboa, no caminho encontramos um boteco com uma roda de samba do recôncavo. Entre todos os componentes do grupo que tocavam tinha um que chamava muito a atenção, ele era o mais velho da roda e tocava Cuíca. Apesar da Cuíca não ser um instrumento característico do Samba de Roda do Recôncavo, o senhor Martinho da Cuíca era o “próprio samba”, com tanta propriedade, graça, beleza e alegria o seu corpo respondia a música com a Cuíca. Ficamos no boteco até o samba acabar.
Fomos visitar a cidade de Santo Amaro da Purificação e no passeio
fomos abordados por menino falando que adorou a diversidade
de cabelos crespos que nós tínhamos e que seu pai não deixava o cabelo
dele crescer black power por preconceito, então ele tinha que admirar os dos outros.
Papo vai papo vem e o garoto perguntou de onde nós éramos, o que
estávamos fazendo lá e se tínhamos conhecido a Casa do
Samba. Respondemos que não e ele nos ensinou a chegar.
Foi o segundo chamado.
A Casa do Samba foi inaugurada em 14 de setembro de 2007 e é
administrada pela Associação dos Sambadores e Sambadeiras do Estado da Bahia.
O espaço hoje é o Centro de Referência do Samba do Estado da Bahia, onde temos um acervo sobre a história do Samba de Roda da Bahia e conta a trajetória da dessa herança Africana na Cultura oral passada
de geração em geração nas famílias do Recôncavo. Desde os primeiros
registros em 1860 nos cultos aos Orixás, no jogo de Capoeira como vemos
e vivenciamos até hoje e no encontro com a cultura Portuguesa também,
agregando alguns elementos como por exemplo a própria língua, a viola que é um instrumento hoje importante no samba.
A Associação esta mapeando os grupos que até hoje resistem nessa cultura, já temos 68 grupos catalogados em toda a região da Bahia. Ela também promove encontros dos grupos na Casa do Samba para a
comemoração das datas religiosas ou até mesmo para apresentação e
divulgação dos grupos para conhecimento da própria comunidade local
que está ausente.
Lembra do senhor Martinho da Cuíca?
Nós encontramos com ele no mesmo dia em Santo Amaro vendendo quadros cedidos por um amigo na feira. A graça e a alegria não eram as
mesmas. Ficamos sabendo depois que ele era mestre dos tempos extintos
das escolas de samba em Salvador ou seja um Baluarte.
Quando falamos de Samba de Roda do Recôncavo hoje, estamos falando de Patrimônio da Cultura Negra e agora Patrimônio da Humanidade.
Nos elucida para a Diáspora Africana esse quadro de senhoras e
senhores remanescentes quilombolas e mantenedores dessa Cultura que
não vivem de arte, mas vivenciam por que ela faz parte do cotidiano e
enquanto estiverem vivos darão continuidade nessa forma de
expressão.
Texto de Flávia Rosa.
Contrapartida MINC
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