Chegamos cedo e como sempre o seu Zé (dono do bar) estava com sorisso no rosto e braços abertos para nos receber, era quarta- feira, a feijoada estava cheirosa...
Subimos para laje, onde acontece o "Cinema na Laje" outro projeto do Sarau da Cooperifa.
Tudo parecia estar indo bem, a tarde findando e a noite chegando e chegou a grande hora, iniciamos nosso ritual de comunhão, o "espetáculo".
A platéia se coloriu de margaridas e cravos, tinhamos por volta de umas 80 pessoas todos com olhos atentos e quando acabou a peça foi só o início de tudo. Terminamos de guardar as coisas e descemos para o sarau.
Ao longo do sarau foi se percebendo que algo estava estranho e quando nosso amigo James Bantu foi ao microfone e narrou uma história que havia acabado de acontecer em seu dia. Foi vitima de Racismo no Banco do Brasil.
Fomos chamad@s para finalizar o sarau, e como comemorar se algo tão sério havia atravessado nosso caminho? Digo NOSSO, pois James não está sozinho, poderia ser qualquer um de nós. E infelizmente, em mais um dia, nosso trabalho é necessário e faz todo sentido.
Temos sonhos e um deles é que o Fabricio (filho do James) não passe por essas situações, por isso fomos ao banco no dia seguinte e reinvindicamos explicações.
E nosso "espetáculo" acabou quando não nos calamos, Capulanas está além do palco, nossa arte fala da vida e nossa vida estará sempre de mãos dadas com nosso discurso.
Abaixo um trecho da música de Dugueto Shabazz que é cantada pelo coletivo Denegri ao qual James Bantu faz parte.
Firmão e Fortão
"O alvo não é escuro, é preciso ter noção.
Tem valor cabelo duro e a pele de carvão.
Fé e orgulho, auto valorização.
Axé,Uhuru, irmão, firmão e fortão.
(Refrão)Eu só fortaleço quem me fortalece.
Eu só reconheço quem me reconhece.
Eu só desmereço quem me desmerece
Quem não tem valor, tem preço. Vê se não se esquece."
FOTOS - GUMA
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